Escrito por 15 julho, 2022

 

A descoberta do sítio arqueológico foi realizada por Emílio Goeldi (zoólogo suíço) e o tenente – Coronel Aureliano Pinto de Lima Guedes nos anos de 1848 a 1912, em Calçoene no Monte Cunani.

Essa expedição tinha como objetivo a realização de levantamento científico na região, que naquela época encontrava-se em uma disputa territorial entre a França e o Brasil.

Foi no ano de 1895 que Goeldi e sua equipe encontraram em Cunani, por acaso, poços artificiais contendo grande quantidade de cerâmica indígena, que se tornaram conhecidos mundialmente em 1900 graças à publicação da memória “Excavações archeologicas em 1895” (Goeldi, 1900a), contendo a descrição do local, do achado e do material, ilustrada com estampas cromolitográficas ressaltando as formas, as cores e os motivos decorativos. Foi por meio dessas peças e grafismos que essas civilizações deixaram sua marca, seus ensinamentos, modo de vida, valores, tradições e crenças. A tradição Cunani chama a atenção pela grande habilidade no trabalho com a cerâmica e pela riqueza da forma e ornamentos das peças.
Goeldi fez um relatório aonde afirmou: todos os vasos continham em maior número de quantidade fragmentos de ossos humanos, sendo por isto evidente, que eles tinham antes de tudo um fim funerário ( GOELDI, 1905, p. 23-24).

CURIOSIDADE: Segundo Emílio Goeldi, as condições de conservações das cerâmicas Cunani, eram impressionantes, pois as peças estavam impecáveis que até parece que, diante do aspecto fresco das tintas, que as peças haviam sido produzidas dias atrás, quando na realidade se passaram centenas de anos.